Identificamos como masculino aquele que é racional, viril, competitivo, focado na realização pessoal e no status, independente, forte, etc. Ademais, o homem é simbolicamente dado como norma social e por isso, tendemos a desvalorizar tudo o que não o é, e com isso, muitos homens adotam uma postura de negação doentia da feminilidade, reforçando posturas dadas socialmente como masculinas. Assim, agressividade se torna violência; independência se torna autossuficiência e resistência em pedir ajuda e buscar serviços de saúde, virilidade se manifesta como promiscuidade; racionalidade se torna isolamento e não demonstração de sentimentos etc.


 O que se tem observado é que há uma correlação entre essa forma distorcida de masculinidade e problemas como: vulnerabilidade à câncer de próstata e de pênis e DSTs, menor expectativa de vida e maior taxa de suicídio e de abuso de substâncias em relação às mulheres, maior propensão à cometer crimes violentos, assédio sexual e se colocar em situações de risco, desresponsabilização paternal, homofobia, problemas de relacionamento, dentre outros.
A saúde dos homens está ganhando destaque como uma questão que merece especial atenção à medida que surgem mais evidências sobre tendências epidemiológicas diferenciadas entre homens e mulheres, particularmente no que diz respeito à mortalidade prematura de homens por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e sua morbidade, vinculada a comportamentos inadequados em relação à procura de atendimento médico, saúde mental e violência, incluindo homicídios e lesões.
 Em quase todos os países do mundo, os homens têm maior probabilidade que as mulheres de morrerem antes dos 70 anos, e dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que aproximadamente 52% das mortes por doenças crônicas não transmissíveis acontecem entre homens.
 As razões pelas quais esses fatores de risco afetam desproporcionalmente os homens estão frequentemente relacionadas às formas em que a sociedade nos educa para que compreendamos nossa identidade e nossas funções como homens e mulheres em relação às responsabilidades familiares, vida profissional, atividades recreativas ou necessidade de acessar os serviços de saúde. Em outras palavras, os comportamentos de risco dos homens e sua subutilização dos serviços de saúde estão fortemente ligados às diferenças de gênero e às normas predominantes de masculinidade, ou seja, o que significa ser “homem”.
 Até o momento, são poucas as pesquisas sistemáticas que examinam a relação entre a masculinidade e a saúde dos homens. Ainda que alguns estudos tenham enfoque nas perigosas influências do comportamento masculino, muitos têm sido criticados porque parecem assumir que mulheres e homens têm características psicológicas inatas e necessidades que regem seu comportamento. Em várias análises de saúde com uma perspectiva de gênero, examinaram-se as formas em que as construções sociais da identidade de gênero afetam a saúde. No entanto, esses estudos tendem a se centrar nos efeitos negativos das desigualdades de gênero e das “masculinidades tóxicas” sobre as mulheres e sua saúde, assim como na necessidade de empoderar as mulheres para garantir seu direito à saúde. Muito menos atenção tem sido dada ao nexo entre a natureza de gênero das identidades dos homens e certos aspectos de sua saúde precária.
 Para adentrar-se mais ao assunto, confira o vídeo abaixo:


 Até mais,
 Márian Leal.

8 Comentários

  1. Muito bom, isso mesmo os homens tem que se cuidar, procurar o posto médico pra se cuidar e se prevenir de futuras doenças👏

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  2. Ótimo, Excelente vou falar com todos próximos e procurar ajudar a todos muito interessante de verdade mostrando o perigo da falta de cuidados

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  3. Top nos homens temos que nos cuidar sem frescura haha

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  4. Vemos que isso é muito cultural e pela anatomia do homem, que é possível visualizar o que se passa, ao contrário de nós mulheres que nosso canal vaginal é interno o que nos impossibilita de visualizar o que está se passando ali.. então, pelo homem visualizar e só procurar quando aparece algo isso impede com que se vá com uma certa frequência ao urologista. Tem-se que acabar com esse paradigma que é a ida do homem ao hospital.

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  5. Muito bom abordar esse assunto, que é pouco falado..

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  6. ������ muito bom mesmo, os homens tem que se cuidar, procurar ajuda médica pra previnir doenças e parar com essa bobagem.

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  7. Amei é necessário abordar esse tema e quebrar paradigmas.

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  8. É de extrema importância a ênfase sobre os cuidados da saúde saúde masculina, mesmo sendo um tabu para muitos homens, a informação educativa tem o poder de quebra tabus através do conhecimento. Parabéns!

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